sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Valor do seguro de carro pode cair 20% com UPPs

Data: 29.10.2010 - Fonte: Jornal Extra




A queda no número de carros roubados no Rio - que chegou a 19% em um ano, segundo dados do Instituto de Segurança Pública - vai gerar economia para muita gente na hora de renovar o seguro, já a partir de novembro. A estimativa do presidente do Sindicato dos Corretores (Sincor-RJ), Henrique Brandão, é que a redução média dos valores seja de 10%, chegando a 20% em áreas com Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), como Zona Sul e Tijuca.

"As seguradoras estão muito receptivas à redução dos valores, pois já começaram a notar a queda no número de sinistros (indenizações)", explicou Brandão.

Liberdade de preços

Neival Rodrigues Freitas, diretor-executivo da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), órgão que representa as seguradoras, não fala em valores, mas também acredita numa queda imediata. "Há uma forte tendência de redução nos preços, mas esse ajuste é feito individualmente e varia muito. Cada caso é um caso. As seguradoras têm liberdade total para definir seus valores", ressaltou.

Economia com seguro

Consultora de seguros há 22 anos, Angélica Ramos, do Instituto de Seguros do Rio, já começou a notar os valores mais baixos e, principalmente, a queda no número de roubos. "Tenho uma carteira com 600 clientes e, desde agosto, não registramos nenhum roubo", disse.

O produtor de eventos Allan Menezes, de 35 anos, aproveitou para fazer seu primeiro seguro. Morador de Bonsucesso, ele tem um Palio há cinco anos e apenas agora buscou proteção, por conta dos preços mais baixos. "Vinha pesquisando há alguns meses, mas o valor cobrado passava dos R$ 5 mil. Agora, consegui fechar por R$ 2.200. É um alívio".

Como se forma o preço

Idade, estado civil, ano do carro e, principalmente, o local de residência do proprietário são os fatores que mais contam na formação do preço do seguro. A seguradora é quem decide o peso de cada um dos itens como fator de risco.

As estatísticas da Secretaria de Segurança também não chegam a ser fundamentais. Para definir as regiões mais perigosas, elas avaliam o número de roubos entre seus segurados, fazendo com que um bairro seja mais caro ou barato, dependendo de cada seguradora.

Desconto com pesquisa

Para quem quer economizar, a pesquisa pode render um bom desconto. Como a concorrência entre as seguradoras é acirrada e as referências usadas como fator de risco são diferentes, o valor cobrado pelo seguro pode até dobrar entre uma seguradora e outra. E quem já tem seguro pode se beneficiar ainda mais. Para conquistar o cliente da rival, as seguradoras costumam dar descontos maiores para quem está fazendo a renovação.
Resseguro: risco de crédito e perfil das aplicações preocupam Susep
28.10.2010
Fonte: Viver Seguro Online

O risco de crédito é hoje uma das principais preocupações da Superintendência de Seguros Privados (Susep), segundo Eduardo Nakao, que deixou a presidência do IRB Brasil Re no início deste ano para assumir a secretaria geral da autarquia. “Estamos com o assunto em audiência pública e pretendemos implementá-lo no próximo ano”, disse ele durante sua palestra no Seminário de Resseguro, promovido pela Funenseg e CNSeg, em São Paulo.

De acordo com Nakao, o risco de crédito em resseguro é um assunto novo para as seguradoras, que enfrentaram quase 70 anos de monopólio de resseguro. Enquanto o mercado de resseguros era fechado, todas tinham a segurança do pagamento da indenização pelo IRB, um ressegurador que tem o Tesouro Nacional como principal acionista.

“Agora as seguradoras negociam com uma grande cadeia de resseguradoras. E como em qualquer contrato que envolve um grande número de contratantes, há mais riscos para gerenciar”, explica.

Ele chama a atenção da plateia para este assunto, sem alardes. “Suponha que temos 20 resseguradores em um contrato. Nem todos vão pagar com a mesma agilidade. Por isso a seguradora tem de ter ativos para vender rapidamente e fazer frente a um eventual atraso ou mesmo uma inadimplência”, enfatiza.

“Abrimos o mercado em 2008, mas tivemos a crise financeira, que concentrou as negociações. A realidade de um mercado aberto acontece apenas há dezoito meses, se formos analisar”, comenta. Em razão de ser ainda uma experiência nova para a indústria de seguros brasileira, o risco de crédito tem um peso maior na Susep, que pretende seguir a regulamentação de Basiléia 3, adaptada ao Brasil.

Outra preocupação de Nakao é com a participação das seguradoras na compra de debêntures, um ativo geralmente com um prazo médio de três anos e que o investidor tem de levar até o vencimento. “Este é um ativo que não fará frente a uma necessidade de caixa para casos como o que citei”, comenta.

Nakao também ressaltou o crescimento dos negócios das corretores de resseguro em razão da falta de experiência das seguradoras com a colocação de resseguro. Elas auxiliam as seguradoras na distribuição dos riscos no mercado internacional, bem como na coleta das indenizações. Para Nakao, em dois anos as seguradoras já estarão mais estruturadas em resseguros, o que fará com que as corretoras voltem as suas funções básicas de consultoria e de participação em contratos com riscos diferenciados e não em contratos automáticos.